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domingo, 6 de março de 2016

O QUE É A COMUNHÃO COM DEUS, SABEDORIA DE JOHN OWEN

John Owen, obras
Por John Piper


Os antigos puritanos chamavam este aproximar-se de “comunhão com Deus”. Precisamos aprender deles. J. I. Packer afirmou que os puritanos diferem dos evangélicos contemporâneos, porque para eles:
A comunhão com Deus era algo muito importante; em comparação ao que pensam os evangélicos contemporâneos, a comunhão com Deus é algo insignificante. Os puritanos eram interessados pela comunhão com Deus de um modo que não o somos. A medida de nosso interesse é mostrada pelo pouco que falamos a respeito deste assunto. Quando os crentes se reúnem, falam uns com os outros a respeito de suas obras e seus interesses cristãos, de seus conhecidos cristãos, da situação de suas igrejas e dos problemas de teologia – mas raramente falam sobre a experiência diária com Deus (A Quest for Godliness, Wheaton, Ill.: Crossway Books, p. 215).
De acordo com Packer, o maior dos puritanos foi John Owen (1616-1683). A própria comunhão que Owen tinha com Deus é um grande exemplo para nós. Deus cuidou que Owen e os puritanos sofredores de seus dias vivessem nEle, de um modo que faz a maior parte de nossa comunhão com Deus parecer superficial. Escrevendo uma carta durante um período de enfermidade, em 1674, Owen disse a um amigo: “Cristo é nosso melhor amigo e logo será o nosso único amigo. Peço a Deus, com todo o meu coração, que eu me fatigue de tudo, exceto da conversa e da comunhão com Ele” (Peter Toon, God’s Statesman, Greenwood, S. C.: The Attic Press, p. 153). Deus usou a doença e todas as pressões sofridas por Owen em sua vida para orientá-lo na comunhão com Ele mesmo e mantê-lo envolvido nesta comunhão.
Mas Owen também era intencional em sua comunhão com Deus. Ele disse: “A amizade é mantida e preservada por meio de visitas; e estas devem ser espontâneas e não somente motivadas por assuntos urgentes...” (John Owen, Works, VII, Edinburgh: Banner of Truth Trust, 1965, p. 197). Em outras palavras, em meio a todos os seus labores políticos, acadêmicos e eclesiásticos, Owen fazia muitas visitas a Deus.
E, quando ele fazia essas visitas, não ia somente com petições por coisas ou por livramentos de suas muitas dificuldades. Ele as fazia para ver seu glorioso Amigo e contemplar-Lhe a grandeza. O último livro que Owen escreveu – quase concluído quando ele morreu – chama-se Meditações sobre a Glória de Cristo. Isso nos diz muito a respeito do foco e do resultado da vida de Owen. Neste livro, ele disse:
A revelação... de Cristo... merece os mais solenes pensamentos, as melhores de nossas meditações e nossa maior diligência nelas... Que melhor preparo pode haver [para o nosso futuro gozo da glória de Cristo] do que a contemplação prévia e constante dessa glória, na revelação feita no evangelho? (Works, I, 275).
A contemplação que Owen tinha em mente é formada de, pelo menos, duas coisas. Por um lado, existe aquilo que ele chamou de “pensamentos solenes” e “melhores meditações” ou, em outro lugar, “meditações assíduas” e, por outro lado, oração incessante. As duas são ilustradas em sua obra sobre a Epístola aos Hebreus.
Uma das grandes realizações de Owen foi o seu comentário, de sete volumes, sobre essa epístola. Quando o terminou, próximo do fim de sua vida, ele disse: “A minha obra está completa; é tempo de morrer” (God’s Statesman, p. 168). Como ele realizou esta grande obra e permaneceu próximo de Deus? Obtemos uma resposta breve no prefácio daquela obra:
Tenho de afirmar agora que, depois de toda a minha pesquisa e leitura, a oração e a meditação assídua têm sido meu único abrigo, bem como os meios mais proveitosos de obter entendimento e auxílio. Por meio delas, meus pensamentos foram libertados de muitos embaraços (Works, I, lxxxv).
Era assim que John Owen se aproximava de Deus, por meio da oração e da meditação assídua, achando entendimento e liberdade. Esse era um zelo de comunhão com Deus marcado por entendimento. Esse é o tipo de zelo que desejamos. Esse é o entendimento pessoal agradável que mantém nosso zelo em seus limites e o faz brilhar com mais intensidade. Com esse zelo e entendimento, aproximemo-nos, dia após dia, hora após hora.

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* CONGREGACIONALISMO, O QUE É ISSO?

Congregacionalismo é a forma de governo de Igreja em a autoridade repousa sobre a independência e a autonomia de cada Igreja local. Este tem sido declarado como o sistema primitivo que representa a forma mais antiga de governo da Igreja. O Congregacionalismo moderno, no entanto, data a partir da Reforma Protestante.

Já em 1550, há indícios de homens e mulheres se reunindo para pregar a Palavra de Deus e administrar os sacramentos como separados da Igreja nacional da Inglaterra (Anglicana).

Quando ficou claro que a rainha Elizabeth I não tinha a intenção de uma reforma radical da Igreja inglesa, o número dessas comunidades separadas aumentou.

Robert Browne, o primeiro teórico do sistema, insistia em que estas «igrejas separadas", deviam ser independente do Estado e ter o direito de governarem-se a si próprias, estabelecendo assim as linhas essenciais do Congregacionalismo como o conhecemos hoje.

Desde o 1580 os Brownistas (como passaram a ser chamados estes dissidentes) aumentaram em número e os contornos do congregacionalismo tornaram-se mais claramente definidos; igrejas foram formadas em Norwich, Londres, Scrooby e Gainsborough.

O movimento foi impulsionado pela perseguição. Alguns destes separatistas migraram para a Holanda (1607) e depois (1620) para os Estados Unidos da América, onde o Congregacionalismo foi influente na formação tanto da religião quanto da política daquele país.

Na Inglaterra os Independentes (como também eram chamados) formaram a espinha dorsal do exército de Oliver Cromwell. Seus teólogos defenderam a sua posição congregacionalista na Assembléia de Westiminster e os seus princípios foram reafirmados na Declaração Savoy de Fé e Ordem, em 1658.

Mesmo sendo autônomas esta independência das igrejas Congregacionais não as coloca em completo isolamento. Elas reconheceram o vínculo de uma fé comum e de uma ordem e formaram Associações locais de apoio mútuo e estreitamento de relações.

A União Congregacional da Escócia foi formado em 1812; a da Inglaterra e País de Gales em 1832.

Estas uniões não tinham qualquer autoridade legislativa, mas serviram para aconselhar as igrejas e exprimir as suas idéias em comum.

Em 1972 a maior parte das Igrejas Congregacionais na Inglaterra e no País de Gales se uniu com a Igreja Presbiteriana da Inglaterra para formar a Igreja Reformada Unida. Muitas igrejas que não concordaram com esta união formam hoje a Federação Congregacional e a Comunhão de Igrejas Evangélicas Independentes.

Nos E.U.A. na maior parte das Igrejas Cristãs Congregacionais, em 1957 ingressou com a Igreja Evangélica Reformada em uma união para formar a Igreja Unida de Cristo. As igrejas que não concordaram com esta união formaram outras associações até hoje existentes, com destaque para a Associação Nacional de Igrejas Cristãs Congregacionais e para a Conferência Cristã Conservadora Congregacional.

Adpt. Joelson Gomes

The Concise Oxford Dictionary of the Christian Church 2000, originalmente publicado por Oxford University Press, 2000.

* OS PRIMEIROS CONGREGACIONALISTAS

A maneira Congregacional de igreja na Inglaterra provavelmente tenha seu nascimento em 1567,[1] num pequeno grupo de cerca de cem irmãos que insatisfeitos com tudo o que estava acontecendo dentro da igreja inglesa, começou a se reunir para adorar secretamente no “Salão Plumbers”, Londres. Eles eram chamados de “a Igreja de Privye”,[2] (ou Igreja Privada) transformando-se esta na primeira das muitas congregações separatistas de protesto na Inglaterra. O ajuntamento foi considerado ilegal pelas autoridades, e em 19 de Junho de 1567, e segundo o proeminente historiador Congregacional Williston Walker, os seus membros foram presos, açoitados em público ou mortos.[3] Este dia é considerado por muitos historiadores como o dia da origem moderna da maneira Congregacional de ser igreja.[4] A congregação do Salão Plumbers foi assim dispersa, mas foi logo reorganizada, e agora com mais clareza de sua finalidade. Os seus membros fizeram um pacto entre si para adoração a Deus de acordo com sua compreensão puritana. Mas, mais uma vez foram descobertos, diversos membros foram novamente presos, e outros junto com seu pastor Richard Fitz foram mortos. Mas, a chama não se apagou e a história da Igreja Congregacional é longa, rica, linda e inspiradora.
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NOTAS

[1] CAIRNS, Earle E. O Cristianismo Através dos Séculos (São Paulo: Vida Nova, 2006) p. 275.

[2] Conforme “The Reformation in England” em <http://www.ucc.org/about-us/short-course/the-reformation-in-england.html> Acesso em 08/07/07.

[3] História da Igreja Cristã, 2a ed. (São Paulo: JUERP/ ASTE, 1980), p. 547. Conforme também <http://www.usgennet.org/usa/topic/colonial/religion/history.html> Acesso 08/12/07.

[4] Conforme <http://chi.gospelcom.net/DAILYF/2002/06/daily-06-19-2002.shtml> Acesso em 08/12/07.

ACESSE TAMBÉM